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SÃO LURENÇO CAPITAL DO PAU-BRASIL



PAU-BRASIL

Nome científico
Caesalpinia echinata, Lam.
Nomes regionais
Arabutan, ibirapitanga, orabutã, brasileto, ibirapiranga, ibirapita, ibirapitã, muirapiranga, pau-rosado e pau-de-pernambuco.
O significado do Nome
Os botânicos deram-lhe o nome de Caesalpinia echinata, Lam, sendo o gênero Caesalpinia dedicado a Andréas Caesalpino (1519-1603), botânico italiano, filósofo, médico do papa Clemente III e professor de medicina em Pisa;
Echinata significando ouriço, lembrando os abundantes acúleos encontrados no tronco e galhos adultos
Lam, abreviatura do botânico francês Jean Baptiste Antoine Pierre Monnet Lamark (1744-1829), que em 1789 conferiu a denominação botânica do Pau-Brasil.
Os indígenas o chamavam de ibiripitanga, sendo ibyri = pau, madeira, e pytã = vermelho, portanto pau-vermelho, em alusão à cor vermelha apresentada pelo cerne (miolo).
Especificações da árvore:
Família - Leguminosae - Caesalpinoideae
A altura das árvores: a altura média varia de 8 a 12 metros.Há registros de árvores mais antigas que chegam a atingir entre 30 e 40 metros.

Folhas: Compostas, paripinadas, 12 a 20 folíolos com 1-2 cm.













Caule: Copa globosa, raízes tabulares. Densidade da Madeira: 1,1. A madeira, de coloração avermelhada, é atualmente muito utilizada na fabricação de arcos de violinos. Na época colonial era extraído um corante, muito utilizado para tingir tecidos. O tronco possui acúleos grossos, densamente distribuídos.









Flores: Possuem pétalas amarelo-ouro, sendo uma delas denominada vexílio, por possuir matiz vermelho-púrpura e suas flores serem muito ornamentais. A floração do Pau-Brasil ocorre a partir do final do mês de setembro, prolongando-se até meados de outubro. Frutos: Os frutos do Pau-Brasil são vagens, e nelas ficam abrigadas as sementes, que possuem o formato de elipses, medindo de 1 a 1,5 cm de diâmetro. A maturação dos frutos ocorre nos meses de novembro-janeiro.



Distribuição Geográfica: AL , BA, ES, MG, PB, RJ, RN, SE, PE

A relação do Pau-Brasil com São Lourenço da Mata

Em meados do século XVI, São Lourenço da Mata era coberta por uma extensa floresta, bastante rica em Pau-Brasil.

E os povoadores que procuravam explorar as riquezas das matas do local estabeleceram um entreposto em São Lourenço, para o Paço do Fidalgo, hoje Santana, bairro do Recife, e transportavam com ajuda de nativos as toras de Pau-Brasil por via fluvial.

A exploração exacerbada do Pau-Brasil contribuiu para a extinção quase total da árvore que deu nome ao país. Mas, por outro lado, também contribuiu para o desenvolvimento da região, datando a construção dos seus primeiros engenhos de fins do século XVI. Em 1630, já se contavam em seu território sete "fábricas".


Depois de muitos anos de diversas investidas e explorações de portugueses e holandeses na região, o Pau-Brasil era considerado extinto, quando em 1928, o estudante de agronomia João Vasconcelos Sobrinho e o professor de botânica, Bento Pickel, verificaram a existência do Pau-Brasil em São Lourenço da Mata, no Engenho São Bento, hoje Estação Ecológica da Tapacurá, pertencente à Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE).

Professor Roldão e a preservação do Pau-Brasil em São Lourenço da Mata

O pernambucano Roldão de Siqueira Fontes lecionou durante muitos anos no extinto Colégio Agrícola São Bento, localizado no engenho de mesmo nome, no Município de São Lourenço da Mata, e como professor e residente da região, verificou a existência de um bosque de Pau-Brasil com cerca de 500 exemplares, localizado na frente do colégio.
O risco da extinção do Pau-Brasil e o ciclo econômico envolvendo a espécie chegaram as mãos do professor Roldão através do livro "O Pau-Brasil na História Nacional", de Bernardino José de Souza. Foi a partir dessa literatura que o professor começou a sua peregrinação para tentar restaurar o que durante tantos anos foi destruído.
Em 1972, o professor conseguiu apoio da reitoria da UFRPE para dar mais visibilidade a sua campanha de restauração do Pau-Brasil, transformando a iniciativa individual numa campanha nacional, e foi até Brasília para conseguir apoio dos governantes do país, e fez toda a viagem (Pernambuco-Brasília) de caminhão, distribuindo cerca de 10 mil mudas por onde passava.
A iniciativa do professor foi frustrada pela notícia de que o Governo Federal iria construir a barragem de Tapacurá, próximo ao local onde estava instalado o colégio agrícola e o bosque do Pau-Brasil, o que acarretaria em mais destruições. Afinal, aqueles eram os poucos pés de Pau-Brasil que haviam restado da exploração.


Inconformado com a notícia, o professor lançou a campanha para salvar o bosque, e a iniciativa teve a imprensa como aliada. A repercussão negativa para os construtores da barragem fez com que os mesmos procurassem a UFRPE para propor um acordo.E para minimizar os transtornos a construtora resolveu plantar 25 mil pés de Pau-Brasil na região.O plantio foi coordenado pessoalmente pelo professor Roldão.O professor ainda conseguiu convencer a construtora a dobrar o número de mudas e aumentar a área plantada em volta da barragem.


Em 1973, três anos depois da inauguração da barragem, a Estação Ecológica de Tapacurá foi fundada. E ainda inconformado com apenas 50 mil árvores plantadas, o professor se dirigiu aos deputados federais, e depois de alguns anos de luta, conseguiu que o Pau-Brasil passasse a ser protegido pela Lei 6.607, de 7 de dezembro de 1978, que instituiu que o Pau-Brasil seria a "árvore nacional" e que no dia 03 de maio seria comemorado o "Dia Nacional do Pau-Brasil".

Mesmo com o falecimento do professor Roldão, em 1996, a luta dele continuou com a sua filha, Ana Cristina Roldão, que atualmente preside a Funbrasil (Fundação Nacional do Pau-Brasil), que é uma instituição privada criada pelo próprio professor Roldão, e que tem como um dos objetivos, produzir e plantar mudas de Pau-Brasil em todo o território nacional.

Estação Ecológica do Tapacurá

Criada em 1975, a Estação está instalada nas terras em que funcionava a antiga Escola Agrícola São Bento. Ao todo são 776 hectares de terra, ocupado por matas primitivas, capoeiras e terrenos vagos, além de um lago formado pela represa do Rio Tapacurá.
Na Estação são desenvolvidas diversas pesquisas na área de botânica, zoologia e ecologia. No local também são realizas atividades de produção de mudas de espécies frutíferas e florestais de interesse da Mata Atlântica, com destaque para o Pau-Brasil, Pau-Jangada e Ipê.

O acesso ao local pode ser feito através das Rodovias BR-232 e PE-040, mas as visitas devem ser agendadas previamente através doTelefone: (81) 3320-6071.





 

HISTÓRICO DA FUNBRASIL

HISTÓRICO DA CAMPANHA DO Pau-Brasil

O Movimento em Defesa do Pau-Brasil nasceu em 1970 por iniciativa isolada do Prof° Roldão de Siqueira Fontes, sendo ampliado posteriormente (1972) através da sensibilização e envolvimento do Reitor da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) e do Governo Federal que, juntos, lançaram uma Campanha de Âmbito Nacional. Após 16 anos de luta sem conseguir alcançar as metas estabelecidas no início do Movimento em Defesa do Pau-Brasil, o Prof° Roldão de Siqueira Fontes criou a Fundação Nacional do Pau-Brasil em 30 de julho de 1988, caracterizando-se como uma entidade jurídica sem fins lucrativos, de natureza ecológica/cultural/educacional com finalidade de agregar recursos físicos, humanos e financeiros em prol do Pau-Brasil de forma a evidenciá-lo como elemento de profunda importância na construção sócio/econômico/histórico/cultural do nosso país.
A FUNBRASIL desde a sua criação vem desenvolvendo sistemática e continuamente atividades de:
- produção de mudas (150.000 a 200.000 mudas/ano);
- implantação de bosques nos municípios brasileiros;
- educação ambiental na rede de ensino público e privado;
- coordenação de Eventos Ecológicos;
- elaboração de Projetos, entre outros.
A FUNBRASIL, visando à oferta de conhecimentos práticos nas disciplinas de Geografia, História e Ecologia para a rede educacional de ensino, criou:
- memorial permanente do Pau-Brasil;
- trilha ecológica;
- roteiro histórico-cultural do Pau-Brasil.

MISSÃO DA FUNBRASIL


- Implantar um bosque ou arborizar uma praça com Pau-Brasil em cada município brasileiro;
- Plantar uma muda de Pau-Brasil em todas as escolas públicas e privadas do País;
- Desenvolver ações de difusão de forma que todos os brasileiros tenham a oportunidade de conhecer a Árvore que deu nome à nação brasileira;
- Promover atividades educativas sobre o Pau-Brasil na Rede de Ensino de todo o país a fim de que os alunos possam construir o conhecimento sobre a Árvore Nacional.

O MEIO AMBIENTE PRECISA DA UNIÃO DE TODOS NÓS.

HISTÓRICO DO PROFESSOR ROLDÃO DE SIQUEIRA FONTES


O Professor Roldão de Siqueira Fontes, conhecido como o "Apóstolo do Pau-Brasil", era natural do Alto Pajeú, município de Flores, em Pernambuco. Dedicou cerca de 40 anos de sua vida desenvolvendo ações de produção, difusão, educação e articulação em defesa do Pau-Brasil. Apesar de se considerar apenas um simples "jardineiro da natureza", nos deixou um legado de mais de dois milhões e setecentas mil plantas distribuídas em todo o nosso imenso país. Como uma de suas ações concretas em prol do Pau-Brasil, temos a instituição, da Lei Federal Nº 6.607 de 07 de dezembro de 1978 que determina o Pau-Brasil como "Árvore Nacional".


"Para o nosso “Pau-Brasil”
Eu vos peço compaixão
Se procurarem nas matas
Talvez não o encontrarão:
São quase quinhentos anos
De grande destruição".

Prof. Roldão S. Fontes