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domingo, 10 de julho de 2011

Faltam ruas nos buracos do Recife

Do NE10

Fotos: NE10

Na Avenida Sul, os remendos foram 'consumidos' pela água
É notório que o número de buracos nas ruas do Recife aumentou bastante desde maio, quando teve início o período de chuvas na cidade. Além dos novos buracos que aparecem nas vias, o problema é agravado pela degradação do material utilizado nos serviços de tapa-buraco. O asfalto aplicado não resiste ao tráfego de veículos e às condições do tempo. 

Em vários trechos da Avenida Sul, um dos principais corredores de acesso ao Centro do Recife, os remendos foram consumidos pela água, procando irregularidades na pista que colocam em risco a vida de motoristas e pedestres. A comerciante Maria Geni de Carvalho, de 27 anos, proprietária de um fiteiro localizado em frente a um dos piores pontos da via, por baixo do Pontilhão do Metrô, conta que frenquentemente motociclistas caem na avenida ao passar pelo local, sem falar nos motoristas de carro que perdem os pneus. "Quase todo dia um carro quebra. Na semana passada, um veículo subiu a calçada para se livrar de um buraco e quase atropoleu uma moça. Tenho mais pena dos motoqueiros que se machucam aqui. Isso é um absurdo", afirmou a comerciante.


A comerciante Maria Geni afirmou que os buracos provocam vários acidentes na Avenida Sul

De acordo com o professor do Departamento de Engenharia Civil da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Oswaldo Lima Neto, geralmente, o problema não está na qualidade do material aplicado, e sim nas ações de conservação das vias e na drenagem. "O asfalto se 'dissolve' devido à má qualidade da drenagem das avenidas. A água é a principal inimiga do asfalto. Não adianta investir em operações tapa-buraco sem promover obras estruturadoras de drenagem. É jogar dinheiro no lixo", disse o professor. Ele lembrou que os serviços de tapa-buraco são paliativos e emergencias. "O ideal seria realizar o recapemaneto de toda a via, junto com as obras de drenagem. 

Uma das vítimas dos buracos do Recife neste inverno foi o executivo Rafael Jordani, de 30 anos. No último dia 22 de junho, ao passar por um buraco localizado na avenida Dom João VI, em Boa Viagem, ele perdeu a calota e amassou uma das rodas do carro. Além do susto, o prejuízo para consertar a roda foi de R$ 210. "A cidade está abandonada. Não lembro das ruas em tão mal estado. A Zona Sul parece um campo minado", disse Rafael.
Foto: cortesia

Estado do pneu de Rafael Jordani, após passar por um buraco em Boa Viagem

Embora seja trabalhoso, tentar recuperar o prejuízo com o conserto do carro junto à Justica é possível. O advogado Marcelo Labanca, que é vice-presidente da Comissão de Acompanhamento de Atos do Poder Público da Ordem dos Advogados Brasileiros, seccional Pernambuco (OAB-PE), explica que é preciso provar que o dano foi provocado por uma postura omissa do poder público, neste caso da prefeitura do Recife. 
 
"A Justiça, inclusive em Pernambuco, já concedeu indenização para motoristas por danos materias. Mas para isso, a parte interessada precisa reunir provas de que o município foi omisso. A prefeitura tem a obrigação de cuidar das vias públicas da cidade, mas nem sempre ela será responsabilizada por um dano em um veículo", explica o advogado. 

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Com o objetivo de tornar o entendimento do assunto mais fácil, o advogado citou alguns exemplos: "Vamos supor que o buraco que danificou um determinado veículo surgiu na noite anterior ao acidente. Nesse caso, a Prefeitura não poderá ser culpada porque a omissão não será constatada. Mas, se esse buraco estivesse aberto há mais de 15 dias ou se alguém já tivesse solicitado conserto e, mesmo assim, nada foi feito, a prefeitura poderá ser responsabilizada".  

PREFEITURA - A prefeitura do Recife informou que, desde o início do ano, vem promovendo ações com o objetivo de melhorar as condições das vias públicas da cidade. Segundo o orgão, de janeiro até o fim de maio 13 mil buracos foram tapados; beneficiando 4.800 ruas, avenidas e outros logradouros beneficiados. Doze ruas e avenidas foram recapeadas em 2011 nesse período, totalizando 13,4 km de pavimento. No total, R$ 8,4 milhões foram investidos na manutenção das vias públicas. Até o fim do ano, esse valor deverá ultrapassar R$ 80 milhões.

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